E daí que nosso lance é tão clichê quanto as batidas do funk carioca?

Confesso que nunca fui de dar nomes ao que vivo em relacionamento, mas o que tenho com você é o mais perto de amor que eu conheci. 

É tão bom ver você se derreter com minha voz grave no seu ouvido, ou como você se entrega e arrepia toda quando te seguro pela cintura, na escada de incêndio, no estacionamento do shopping, na sala de cinema ou seja lá onde estivemos, você gosta de deixar claro que é toda minha naquele momento, mesmo que depois você tenha que entregar seu corpo aos toques de outra pessoa, mas a sua alma só eu consigo tocar.  

Meu bem, seja minha por mais que uma hora que o paraíso será nosso quintal e as estrelas serão nossas luminárias; me fale sobre seu dia, me conte sua bobeiras entre uma caneca de café e um cigarro, se jogue no meu sofá e me deixe tocar seus seios enquanto me morde a boca, venha para passar a noite e fazer os deuses ficarem com inveja e o cupido orgulho por ter nos apresentado, quero te ver sorrir ao falar da minha barba ruiva e dos meus planos de ter um filho com você, afinal tudo cabe no infinito que esses poucos minutos nos proporcionam, até mesmo fazer de conta que seremos eternos… 

Queria escrever um livro sobre as infinitudes que nossa intimidade nos dá, mas se o fizesse, teríamos um final, então de conto em conto vou te fazendo ficar, viva, linda, ruiva, loira, morena, cacheada ou com cabelos lisos, o que importar é nos tornarmos imortais, assim como os romances baratos que encontramos nas livrarias de aeroportos… 

Pena eu ter aprendido a te amar quando você não podia mais ficar, quando o sol já estava se pondo e a lua com preguiça demais para brilhar. Você me faz feliz, meu livro sem final, música sem melodia, meu amor sem sorte.