Eu já estava esquecendo o som da sua risada e de como sua boca é bonita, não devia se chamar Alice, mas sim Mestre dos Magos, afinal sumir é com você mesmo.
Diz a música que todos esperam algo de um sábado a noite, confesso que já não espero nada nem mesmo em uma manhã quente de primavera ou de suas chuvas na parte da tarde, mas era sábado a noite quando você resolveu aparecer, chegou dizendo que havia trazido cigarros e uma garrafa de gin, a razão querendo ser frio, seco e dizer apenas o necessário, o coração batendo forte só queria gritar que ainda te ama e sentir sua boca, dessa briga o coração saiu vitorioso.
Passei um café para tomarmos com o gin, acendi um dos cigarros e perguntei sobre as novidades e contei as minhas, sorrisos, abraços e beijos, o pequeno apartamento 201, se tornou apenas um “quarto”, nossas carícias ainda estavam na minha velha parede preta, meus lençóis ainda reconheciam seu cheiro e o meu colchão ainda tinha o contorno do seu corpo.
Entre gemidos, beijos, puxões de cabelos e alguns tapas, sonhos foram refeitos e a saudade dava lugar que havia ocupado do amor. A noite passou num piscar de olhos e durante o café da manhã quando comecei a fazer alguns planos, você me olhou friamente e disse que irá sumir novamente, que no seu novo mundo não havia mais espaço para nós, e assim o pequeno 201 que havia se transformado em apenas um quarto na noite passada, virou um castelo, e a saudade debochada e risonha, sentada em seu trono voltou a reinar.
Não faço a mínima ideia de quando meu coração deixará de ser seu, mas até lá ele baterá por um novo.