O pior é disfarçar o sorriso enquanto ainda estamos tristes. A vida segue seu fluxo, as pessoas com sua rotina e a dor parece não diminuir no peito. Tudo parece andar num ritmo lento e cada momento dura uma eternidade.
E, claro, encarar tudo com um sorriso no rosto.
Ser adulto dói porque não é permitido que a gente pare para chorar, pois logo somos taxados de fracos por quem está de fora. Então, aprendemos a usar um disfarce e colocamos a máscara do sorriso no rosto.
Fácil? Não! Mas, nos acostumamos e seguimos no automático.
Quem vê aquele sorriso amarelo, mal sabe que a noite foi em claro por chorar tudo que o peito transbordava. Pensar demais e não conseguir calar a voz da mente se torna um ritual angustiante por quem passa por essa fase.
Ainda temos que responder aquela pergunta “e aí, tudo bem?” de forma mais genérica possível porque ninguém está nem aí para você.
O pior ainda é disfarçar o sorriso no rosto.
Fingir que está tudo bem ou, no mínimo, normal. Colocar a dor em um canto onde ninguém possa ver e ficar na sua para não ser incomodado com conversas aleatórias, perguntas bobas e fofocas de quem não faz ideia.
Uma forma de viver em sociedade e ser aceito, pois a dor interior ainda não pode ser vista. Crescemos e ninguém nos ensinou isso, onde é preciso agir como a maioria quer que você seja alegre o tempo todo como se somente os problemas dos outros fossem verdadeiros problemas. De onde tiraram que é possível medir a dor?
Conviver com dias onde a dor parece não ir embora é horrível. Começa com uma pequena tristeza, pode se transformar em depressão e ainda tem a ansiedade de bônus. Faz terapia, toma medicamentos, mas nada parece curar.
Inspira. Respira. Repete o processo até encontrar sua paz interior. Não vai ser fácil, mas você vai encontrar sua luz.
Até lá, não precisa disfarçar o sorriso, apenas seja educado. Uma hora, o sorriso verdadeiro volta a te encontrar e tudo começa a se encaixar.
