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Manifesto, claro. Sem que me tomem hipnose, método catártico, livre associação. 

Manifesto não por pulsão ou qualquer coisa necessária e alheia a mim. Por descaminhos bem-sucedidos de atos falhos.

Manifesto por vontade. Opção, pura e simplesmente.

Recalquei você em sintoma, porque é assim que se aprende a fazer; é assim que se diluem fatos, categóricos, eles me disseram.

Mas você não ficou me surgindo somente nos subterfúgios pouco percebidos, quem me dera.

Toda essa história de conversão é falsa, pois insuficiente.

Nevralgia pelos lábios não tocados, hiperestesia pelos dedos não entrelaçados, neurastenia pelos braços que não aninham.

E nenhum diagnóstico discutido.

Qual sintoma justificaria quando se é impedido de amar?

Pelo motivo que for, o motivo qualquer, o mínimo impedimento intangível, intransigente, irreal, irrealizável.

Manifesto, consciente, pervertendo tudo o que dizem sobre nosso desconhecimento às ditas reais motivações. Manifesto porque já nem dissociar me estende trégua.

Então as imagens se distorcem todas em um véu, caóticas, se ricocheteando e se desfazendo.

Mais uma vez, o corpo acorda antes da abreação. Nada vai mudar. Nada pode mudar. Nunca é você do meu lado.

Carolina Palha

Editora, mestre em psicanálise das perversões sexuais e afeita à bagaceira. Nunca soube escolher entre praia, dança e Coca-Cola.

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Seja um dia, seja uma noite, as coisas ficam claras. E elas simplesmente não importam mais. Eu não sei mais o que você está sentindo.
Se me perguntarem qual amiga que sou, vou responder que sou a amiga que fica. Aquela amiga que segue a vida, mas sempre encontra um tempo.