Se guardamos segredos em cada cigarro que fumamos, quantos segredos guardamos naquela noite?
Entre o nosso primeiro oi até o adeus que não tivemos, eu te amei, e pude sentir o seu amor.
Sim, é estranho, pois focamos apenas no tesão e luxúria que nossos corpos produziam, em como nossos olhos transavam embalados pelas músicas que tocaram naquela noite, principalmente as do Belchior.
Duas almas livres na mesma proporção não se prendem, por isso acredito que o nosso erro foi não falarmos das expectativas, foi nos deixarmos soltos para que pudéssemos encontrar algo ou alguém que pudessem nos prender.
Ainda lembro de como sua boca me devorou, sugou e prendeu… Foram poucas horas, algumas cervejas, meia garrafa de gin, muitos cigarros e um quase amor que guardo com muito carinho.
Eu te amei quando eu não queria e não conseguia me entregar para ninguém, mas do meu jeito foi real, foi intenso e tão bom, que me recuso a esquecer, mas sei que um dia essas lembranças serão apenas nuvens de um passado em que eu era inimigo do amor…
Estou pensando em você, fumando um cigarro e ouvindo Belchior.