Domingo

O domingo às vezes, quando paro pra pensar no que ele vem a significar, percebo que apesar de ser apenas mais um dia comum, ele deixa de ser um dia e se torna um simples sentimento.

Para muitos um sentimento de tristeza, pois chega o fim do descanso, e a luta diária recomeça na segunda, já para outros é o dia de gratidão, pois se busca a Deus, agradecendo por mais uma semana vivida e ora pedindo forças para semana que vai começar.

Mas independente do estado de espirito ou do sentimento envolvido, saber aproveitar um domingo, é como saborear um amor verdadeiro.

Domingo é eufemismo de preguiça, ficar em casa tranquilo, assistindo aos novos episódios da série na Netflix, e depois do almoço tirar aquele cochilo sem hora pra acordar, se levantar à tarde, quando o sol começa a ir embora e tomar um açaí, porque apesar de estar escurecendo o calor está sempre presente.

Ao anoitecer sair e poder ir a Igreja, e agradecer a Deus por mais uma semana, e ao voltar pra casa, parar naquela lanchonete e comer aquela pizza sem culpa, afinal domingo também é dia de poder sair um pouquinho da dieta.

E quer saber uma forma mais gostosa de viver um domingo assim? É encontrar alguém que saiba viver, a dois, essa maravilhosa preguiça, se tornando um amor de domingo.

A simplicidade de um amor de domingo a dois me encanta, nada contra quem prefira o agitado, porém gostoso amor de sexta-feira. O amor de sexta tem sinal de liberdade, de sair, se divertir, ir beber e jogar conversa fora, fazer e viver altas aventuras, misturada com algumas loucuras que entram no cardápio.

Porém, a meu ver se relacionar com alguém que só vive loucuras se torna cansativo, vazio, e mesmo que encha os olhos de muitos por ter tantos atributos, não me satisfaz, talvez seja porque até hoje tive alguns amores de sexta-feira.

Existem pessoas que procuram um amor de sexta-feira, pois já experimentou alguns de domingo, eu procuro um de domingo, pois os de sexta-feira eu já tenho em experiência suficiente.

Mas tudo são fases na vida da pessoa, existem aquelas de calmaria, e aquelas de agitação, e quando se é jovem, calmaria só vem em mente na hora de dormir, nas demais horas do dia, é animação total, ainda mais na tal famosa sexta, e deixa para trás todo e qualquer problema, e se libertar de qualquer amarra que te prende e se soltar na noite misteriosa que o aguarda.

Já tive muitas sextas-feiras, amores loucos, noitadas loucas, e por mais incrível que pareça, todas essas vivencias me fizeram bem, mas aos poucos, a fase de calmaria faz mais sentido, e soa mais parecido comigo, e me faz ser quem sou de verdade.

Mas o Domingo é uma menina grossa, mas que, no fundo, é um amorzinho. Muitos pensam que achar um amor de sexta-feira é solução para os problemas, mas eu só espero que o meu próximo amor, seja o de domingo, e que eu tenha o mesmo sentimento que tenho quando este dia chega ao seu final, aquela vontade de que ele nunca acabe, apesar de que um dia ele enfim se encerre, mas que não sejam contadas em 24 horas, mas no tempo que Deus preparar e julgar suficiente.

Pedro V. Santos

Escritor, karateca, violeiro, aprendiz de Adêvogado, formado em direito, mei terapeuta, mei nerd, e claro, um bom Mineiro de Ipatinga. Autor e criador do perfil @oescribacitou, onde escreve o que as vozes da cabeça lhe mandam.

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Seja um dia, seja uma noite, as coisas ficam claras. E elas simplesmente não importam mais. Eu não sei mais o que você está sentindo.
Se me perguntarem qual amiga que sou, vou responder que sou a amiga que fica. Aquela amiga que segue a vida, mas sempre encontra um tempo.