Talvez por ser sexta-feira, a saudade resolveu chegar metendo os dois pés na porta, trazendo nossos instantes e logo me lembro do nosso último abraço, foi tão demorado que até pareceu um despedida, pena que não sabíamos, talvez tivéssemos curtido mais aquele momento.
Lembrei de como mexia nos seus cabelos e de como seu olhar dizia “eu te amo” e eu não era capaz de ler, afinal estava tão preocupado com as coisas do dia a dia, que acreditei que aquilo não era um eu te amo.
Será que lembra do dia que foi minha fotógrafa particular? E de como dei trabalho pois eu queria um ângulo impossível? Muito minha cara isso.
De como sua boca ficava bem na minha e como suas mãos conhecia bem o meu corpo?
Queria ter tido um briga, uma rusga qualquer, pois assim eu teria entendido que acabou e seguiria em frente, talvez assim eu não teria arquivado as fotos, mas apagado, quem sabe me forçaria esquecer que dia 23 é o seu aniversário…
Mas aí a saudade, debochada como só ela sabe ser, se joga no sofá, toma um gole do café e dá um trago no cigarro e diz que tudo acabou por minha culpa.
Agora estou aqui escorado na janela tentando achar o momento do fim e a saudade está na sala me esperando, afinal a noite só está começando e hoje ela chegou “brava”, e isso me vez lembrar de como você fica linda brava, mas isso é assunto para outra hora…