Vem Conversar

A vida é uma coleção de saudades

Fotos na mesa

Em um dos dias de isolamento social resolvi abrir uma das caixas enquanto arrumava o quarto e me deparei com vários álbuns desde a infância até a vida adulta. Tomado por aquele sentimento de throwback Thursday do tempo antigo – quando pegávamos álbuns para rever – fiquei anestesiado durante algumas horas relembrando várias situações e nem preciso dizer que a faxina do quarto ficou para depois… rsrsrs

Fiquei a pensar como a vida é cíclica, feita de várias fases e como esse isolamento social pode nos ajudar a nos tornamos pessoas melhores e mais conscientes. Ao passar as fotos pude relembrar quem era meu melhor amigo de infância, meu primeiro amor, minha primeira bicicleta, minha primeira galera do ensino médio, as dezenas de celulares que já tive, os tempos de faculdade e até mesmo o réveillon mais louco que já vivi. 

A gente percebe o quanto a frase “o mundo gira” faz tanto sentido. Porque notamos que todas as pessoas foram especiais e continuam sendo, mas que elas são passageiras na nossa vida. Aparecem nos momentos oportunos para nos fazer aprender sobre tanta coisa e com o amadurecimento, elas já cumpriram seu papel e percebemos o encerramento de um ciclo.

A vida é uma eterna coleção de saudades, algumas ruins, mas outras tantas boas que, ao relembrar, nos fazem dar um sorriso de canto de boca por tá revivendo nos pensamentos todas as aventuras, desaventuras, amores, desamores, alegrias e tristezas. É como se tudo tivesse que ter acontecido para que nos tornássemos quem somos hoje. 

E hoje proponho a você, leitor, a se permitir reviver tantos momentos que foram importantes para a construção do seu eu. Pegue os álbuns e reveja, ou então veja as fotos da galeria do seu celular ou computador. Perceber que tudo passa, que aquela sua velha paixão que te fez sofrer tanto depois do término, só te trás recordações e que hoje em dia você não guarda nenhum sentimento ruim por ela.

Que já tivemos tantos ciclos de amigos e o respeito e admiração podem existir mesmo que não estejamos andando mais juntos e sobretudo que nós somos os únicos personagens que não sairão de cena e que devemos sempre tocar a vida com leveza, respeito, cuidado, responsabilidade afetiva e empatia com todas as pessoas que já cruzaram e vão cruzar nosso caminho e acima de tudo com nós mesmos.

E nesse período de quarentena, vamos respeitar todas as instruções dadas pelos órgãos responsáveis para que logo logo possamos estar reunidos com os amigos, familiares e amores tirando novas fotos para serem relembradas num futuro próximo.

Marcelo Portto

Professor de matemática por vocação e graduação e psicólogo de mesa de bar. Uma pitada de amor e gratidão pelas virtudes e vicissitudes.

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