Tão bom gostar de alguém, estar ao lado, fazer companhia, ser motivo de carinho, afeto. É tão bom amar. É tanto. Digo amar verdadeiramente, sem amarras, sem mentiras. Um amor que poucos sabem oferecer. Um amor difícil de se encontrar, mas que existe.
E aqui chegamos a uma verdade inconveniente: muitos dos relacionamentos são sobre carência, não sobre amor.
Quantas vezes a gente se pega numa busca por carinho ou um afeto qualquer. O primeiro toque parece ser o suficiente e, não mais que de repente, “a minha casa já é sua casa”. O que era uma visita agora é parte da família. Antes distante, agora tão próximo. Posso me perguntar: por que esperar? Talvez seja realmente bom e intenso arriscar. Talvez dê muito certo.
Mas amor não é fragilidade. Amar é para os fortes.
É saber que um dia, podemos nos decepcionar, é estar pronto para o perdão.
Outro dia, conversando com amigos próximos, ouvi o seguinte caso:
Meu namorado me traiu. Ele não sabe que eu sei. Eu o amo. Vou traí-lo também.
Até hoje me pergunto que tipo de amor é esse, que revida, mas não é capaz de conversar sobre. Nunca vi alguém curando as feridas ao criar novas. Até que ponto se esconder em problemas será bom para os dois?
Em outro momento, já conheci pessoas que, ao mínimo sinal de divergência, abandonavam o barco. Amar é lutar com leveza e compreensão. Não é sobre querer mudar o outro aos gritos, nem sobre criar feridas. É sobre enfrentar um problema de mãos dadas, buscando o melhor.
Mas você, assim como eu, sabe que nem todos estão preparados para isso.
Tem gente fragilizada procurando o “amor de outra pessoa” como se fosse um remédio.
Entretanto, qualquer remédio, na dose errada, pode ser um veneno.
É preciso ser forte para amar. De outra forma, é só carência.
Daí vem a pergunta: como ser forte? Qual suplemento tomar? O que tenho que fazer? Tem terapia? Mandinga ou reza capaz de ajudar? Tem conserto?
Parece ironia, mas a resposta está em você.
Tem a ver com autoconhecimento, amor próprio, desapego, perdão, clareza de pensamentos, e tantas outras coisitas mais.
Nosso corpo é um santuário. Às vezes, limpar o altar já ajuda. Talvez o silêncio purifique. Alguns reparos importantes são feitos ao longo do tempo, nas infiltrações, rachaduras, fiações soltas pelo vento. Cuide desse espaço interior.
A gente quer ser feliz pensando que a felicidade está em todo lugar, menos na gente. Você já procurou a felicidade dentro de você?
Seja esse amor, amor próprio. O restante é consequência.