Aquele vestido de tubinho preto

Ainda lembro a música que tocava quando te vi a primeira vez naquele seu tubinho preto, lembro do seu sorriso que fazia corações se partirem só de olhar, de como a luz neon fazia seus cabelos ruivos se destacarem das demais, é como se estivesse com uma seta apontada para você.

Quando o seu olhar cruzou com o meu, reconheci não só o seu convite e seu desejo, reconheci a mim mesmo, todos os meus sentidos se aguçaram e mesmo estando a metros de você, conseguia ouvir sua respiração e o seu cheiro bom de baunilha com caramelo…

Em um passe de mágica (ou algum de seus feitiços), centenas de pessoas desapareceram e me vi dançando com você, logo eu que não sei dançar.

Lembro de como se mexia junto ao meu corpo e de como te segui até o banheiro (aquela luz roxa nos trouxe alguns problemas), e da cara do segurança ao nos tirar do banheiro.

Fomos parar na minha casa, você sentou em cima da máquina de lavar e eu fiquei encostado na pia, olhares, sorrisos, silêncio… a chaleira avisa que a água chegou aos 90°, e quando vou passar o café, você deu um pulo só se juntou ao meu corpo e senti suas mãos entrando em minhas calças… Entendi o real significado do ditado popular “Vou te levar aos céus”, quando sua boca me tocou.

Desse momento para o amanhecer as horas foram nossa inimiga e passaram mais rápido do que o normal , entrei para o banho e você se foi sem dizer seu nome ou deixar seu telefone, apenas um bilhete debaixo da caneca de café, dizendo que sabia como me encontrar

Max Vieira

Max, trinta e poucos anos, tatuado, barbado, fumante e viciado em café. Autor e criador do perfil @saudadedonossoamor, onde escreve micro contos e frases sobre saudade, amor, sexo bandido e noitadas, tudo envolto na fumaça de intermináveis cigarros e muito café com gim.

Comments

comments