Revirando as cobertas, o pensamento rasgando mais que os quatro graus da cidade. Digito e apago repetidas vezes a mesma mensagem: não consigo dormir pensando em você.
Pisciana do final de fevereiro. Mas ela nunca precisaria ter me dito. Pelo jeito como me inundou e me fez cativo em suas águas, é claro que ela era Peixes.
Primeiro, eu detestei o convite. Você me estendendo a mão me chamando pra uma dança. Fim de noite, músicas improváveis, salão já vazio.

Você ficou muda. Eu também fiquei. Olhando pra frente, sem te encarar. Não dava depois de ter sido tão preciso sobre coisas que eu nunca saberia.
Uma vez me disseram que há pessoas que nasceram pra ser sozinhas e fui automaticamente obrigada a concordar. O que me levou a balançar a cabeça em aceitação de imediato foi o rápido panorama mental que me veio da minha vida.