Criando novas versões de mim

A luz só vem pela trilha da sombra – é o aviso aos caminhantes dos caminhos da amplificação da alma. Criar novas versões, com mudanças verdadeiramente significativas, tem um preço que muitos não estão dispostos a pagar: o reconhecimento e a aproximação ao detestável que em nós habita.

A aceitação para a cura; a confissão para o perdão – de mim para mim. O desagrado é o início do processo, inevitável. O incômodo inconveniente dos desajustes sinaliza a jornada. Jung disse “não há despertar da consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão.”

As satisfações partem das insatisfações; as novas versões, das pequenas aversões. E ainda, um curioso paradoxo, segundo Rogers: quando me aceito como sou, posso então mudar.

Matheus Moreto

Escrevo na ambivalência: dar voz ao que me falta o ar é silenciar o que não me deixa respirar. Psicólogo, pisciano, passageiro. Meio luz, trilha e cachoeira; meio caos e rolê bagaceira

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Seja um dia, seja uma noite, as coisas ficam claras. E elas simplesmente não importam mais. Eu não sei mais o que você está sentindo.
Se me perguntarem qual amiga que sou, vou responder que sou a amiga que fica. Aquela amiga que segue a vida, mas sempre encontra um tempo.