Vem Conversar

Depois que eu aprendi a ser só

Eu sempre fui daquelas pessoas que amavam fazer qualquer compromisso acompanhado. Não tinha uma exceção, eu sempre chamava a irmã, amigo, primo ou vizinho. E depois dos namoros, a companhia era uma coisa imprescindível.

Só depois de algumas decepções amorosas e com amigos, eu comecei a perceber uma necessidade de fazer as coisas sozinho. E é fácil colocar como meta, o difícil foi dar o primeiro passo.

E lembro até hoje. Primeiro li alguns textos desses escritores famosos do Instagram e não havia dúvidas: eu preciso aprender a ser só.

Mas isso não tem ligação com solitude, eu continuo tendo amigos e fazendo programas com eles também.

Eu só ressignifiquei a palavra companhia, colocando a minha em primeiro lugar. Comecei com um cinema sozinho, depois um passeio na orla, e quando vi, já estava fazendo todos aqueles programas que antes precisavam de uma companhia, sozinho.

Essa mudança começou a chamar atenção das pessoas próximas e eu sempre era elogiado por malhar sozinho, sair para as festas sozinho, viajar sozinho. Todo mundo queria saber qual era a sensação. Mas não é sobre saber, é sobre sentir.

Depois que eu aprendi a ser só, percebi que existe um leque de possibilidades para realizar diversas tarefas da minha vida e que em nenhuma delas eu estaria sozinho, sempre tem alguém no caminho: uma nova amizade, um novo amor, um amigo antigo. Mas uma companhia nunca deixava de existir, a minha.

Aprenda a apreciar o momento com você mesmo e entenda que onde você for, sempre vai nascer uma nova conexão, então realize todos os seus desejos e vontades com a melhor companhia que pode existir, a sua.

Marcelo Portto

Professor de matemática por vocação e graduação e psicólogo de mesa de bar. Uma pitada de amor e gratidão pelas virtudes e vicissitudes.

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