Esse texto é sobre política. E sobre escolhas, sobre meio milhão de mortos. Sobre decisões que foram tomadas, ou deixaram de ser.
É também sobre todos os emails ignorados, sobre falta de leitos, oxigênio, vacinas. É sobre o nosso fracasso.
O culpado tem nome e usa faixa presidencial. E ele divide a culpa com todos os seus apoiadores. Era tão obvio que, ao eleger alguém com ZERO propostas, com base no discurso do “confia”, era tão obvio que daria ruim. O que faz tantas pessoas votarem num mentecapto não foram as propostas, mas sim seus pré-conceitos.
Eu não queria ser essa pessoa, mas preciso te explicar: estamos passando por um genocídio, sim. Isso não é discurso da Globo, da esquerda, do fantasma comunista, do PT, do Lula. Genocídio é quando decidem matar, porque sim. Logo nas primeiras notícias sobre o covid, sabia-se que o principal grupo de risco eram os idosos. Naquele momento, a maior reforma em votação era a da previdência. Basta juntar A + B: se era pra retirar aposentadorias e desafogar cofres públicos, porque não apostar na pandemia, na morte, na ausência de pensionista? Você realmente achava que o governo queria idosos vivos?
O problema é que tiro foi pela culatra, a pandemia não escolhe idade, gênero, estado civil, nada nada. Foram decisões políticas que afundaram nossa nação, deixando uma legião de órfãos, viúvos, pais sem filhos, amigos que nunca se despediram, namorados sem o último eu te amo, famílias sem velar por seus entes.
Se eu pudesse te dar um conselho, fique de olho. Acompanhe a política, preste atenção nos seus influencers, nos artistas, cantores. Acompanhe o discurso de cada um deles, seus princípios. Pois nunca se sabe de onde pode surgir o próximo “outsider político”.
Se hoje está ruim, fique ciente de que pode piorar. E não será votando em branco, nulo ou justificando ausência que as coisas ficarão melhores nos próximos 4 anos. Você viu e sentiu o que acontece quando a maioria desiste da democracia. Sempre existirão opções, cabe a mim e a você não escolhermos o pior.
E na próxima vez que alguma celebridade dizer que “não é sobre política”, pense bem.
