Minha vontade mesmo era arrancar o coração do peito e jogar fora, pra bem longe de mim. Porque minha vida não é um filme de Hollywood e eu não sou um daqueles personagens idiotas que só se dão mal por ter um coração bom.
Eu já tentei várias vezes parar de ouvi-lo e ser racional nas minhas decisões, mas eu não consigo, quando vejo ele já mudou todas as minhas escolhas e eu estou novamente em uma daquelas cenas inacreditáveis onde só o protagonista não vê que vai se dar mal.
Eu vou fazer uma revolução no meu coração, uma mudança radical dentro dele, e vou jogar fora todas as aprendizagens tristes que ele já me fez passar, todas as ideias ingênuas que ele me faz acreditar.
Eu preciso dessa transformação profunda pra poder equilibrar a cabeça e o coração e, dessa vez, ter tempo para racionalizar, analisar e repensar. O imediatismo já não cabe em mim e agora nenhuma decisão será tomada rapidamente, sem pensar.
Eu vou fazer uma revolução no meu coração, porque ele é bom demais e as pessoas só querem maltratar, apunhalar. Mas essa rebelião não é pra fazer mal a ninguém, é pra me curar, transformar.