A noite estava calma, cigarros no cinzeiro, meia garrafa de gin e uma de café, aquela rotina habitual acompanhada por aquela playlist imperfeita, dava um toque selvagem/suave, e isso me fez lembrar dos seus beijos, pensei em ligar e perguntar se iria demorar a chegar, mas resolvi tomar mais uma dose.
Alimentei os peludinhos, rodei quase todas as indicações da Netflix e as horas passaram tão rápidas quanto eu bebia mais um copo e nada de você chegar.
Sentei na janela, acendi um cigarro e fiquei observando a fumaça e deixei meus pensamentos soltos até eles te encontrarem, não demorou muito e minha boca estava na sua e suas pernas tão grudadas em minha cintura que parecia que só tínhamos um corpo (ir contra a física é só uma das nossas habilidades né?), minhas mãos em seu pescoço e suas unhas nas minhas costas.
O bom que nesses momentos as horas sempre deram uma trégua e o tempo parecia não passar.
Um beijo na nuca e um tapa no bumbum, aquele sorriso malicioso que fazia meu coração bater mais rápido e ficar louco de tesão.
A porta se abre e quase caio da janela, ela entra e dá o tal sorriso dizendo que está com saudade e a única coisa que lembro é dos vizinhos reclamando do barulho, mais uma noite em que fizemos o relógio parar.