Vem Conversar

Mais uma noite que fizemos o relógio parar

A noite estava calma, cigarros no cinzeiro, meia garrafa de gin e uma de café, aquela rotina habitual acompanhada por aquela playlist imperfeita, dava um toque selvagem/suave, e isso me fez lembrar dos seus beijos, pensei em ligar e perguntar se iria demorar a chegar, mas resolvi tomar mais uma dose.

Alimentei os peludinhos, rodei quase todas as indicações da Netflix e as horas passaram tão rápidas quanto eu bebia mais um copo e nada de você chegar.

Sentei na janela, acendi um cigarro e fiquei observando a fumaça e deixei meus pensamentos soltos até eles te encontrarem, não demorou muito e minha boca estava na sua e suas pernas tão grudadas em minha cintura que parecia que só tínhamos um corpo (ir contra a física é só uma das nossas habilidades né?), minhas mãos em seu pescoço e suas unhas nas minhas costas.

O bom que nesses momentos as horas sempre deram uma trégua e o tempo parecia não passar.

Um beijo na nuca e um tapa no bumbum, aquele sorriso malicioso que fazia meu coração bater mais rápido e ficar louco de tesão.

A porta se abre e quase caio da janela, ela entra e dá o tal sorriso dizendo que está com saudade e a única coisa que lembro é dos vizinhos reclamando do barulho, mais uma noite em que fizemos o relógio parar.

Max Vieira

Max, trinta e poucos anos, tatuado, barbado, fumante e viciado em café. Autor e criador do perfil @saudadedonossoamor, onde escreve micro contos e frases sobre saudade, amor, sexo bandido e noitadas, tudo envolto na fumaça de intermináveis cigarros e muito café com gim.

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