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Não perdi as esperanças

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Não perdi as esperanças. Poderia ter sufocado meu coração. Bem que tentei. As tentativas foram inúmeras. Quis me igualar a todos no mundo que tem remendado seus machucados com fita crepe. Mas não consegui. Foi melhor assim.

Caminhando me reconheci. Vi que não era culpa de ninguém, nem de mim. Eu me bastei quando não virei as costas pros erros próprios erros que eu mesma cometi.

Você. É. Você mesmo que está aqui. Consegue me ouvir? Não vejo outro motivo para você continuar assim.

Te dou meu exemplo do que vivi e não… A gente não precisa trancar o coração para quem não está pronto para ele. Muito pelo contrário. Foi assim que eu me abri.

Aprendi que… Não dá para a gente a cobrar do outro o que nós entendemos como certo. E que nem sempre estamos tão acertos assim. E que perdoar também é lembrar do que aconteceu, mas sem tocar na dor, reconhecer que o outro vai tropeçar e volta e meia você vai também vai cair.

Não perdi as esperanças. Não me perdi. Parei de ter os olhos baixos na calçada, ouvir músicas tristes até de madrugada e compartilhar frases de autores que diziam que um coração ferido jamais poderia se recuperar. Parei de me vitimizar e comecei a olhar pelo que já fiz sem diminuir quase nada.

Se eu já fui machucada, alguém também já foi ferido por mim. Passei a me preocupar mais com o que eu podia fazer para melhorar e deixei que os erros alheios não fossem mais da minha conta.

Uma hora parou de doer, porque… Deixei de me colocar para sofrer, de apertar o que tava mal resolvido até recomeçar a doer. E que se alguém precisava mudar nessa história…

Era eu. E eu mudei.
Mudei, porque ainda existia uma esperança dentro de mim pronta para florescer.
E agora eu passo essa flor para você.

Yamí Couto

Autora e roteirista. Curadora do Blog Sensations, colunista no Blog EOH, Cilada Literária e E aí, Guria? Taróloga de horas vagas.

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