Nosso caso complicado

caso complicado

Caso complicado esse nosso, devia ter te conhecido há uns 2 ou quem sabe 3 anos atrás, melhor, você deveria ter sido minha amiga de infância e se o destino fosse nosso amigo, descobriríamos o amor juntos, um no outro!

Mas não foi bem assim, quando me conheceu eu já estava meio quebrado, cheio de manias e defeitos e quase nenhuma virtude, mas sei lá, você sempre teve o olhar de quem gosta de consertar e arrumar as coisas, então pensei que pudesse fazer o mesmo comigo, infelizmente eu estava errado.

Falamos sobre amor, tecemos ideias e ideais filosóficos, você se apaixonou por um louco e eu por um sonho e agora fica difícil te esquecer, não fui até a sua casa quando estava aqui pertinho, não tive coragem de ir te beijar na rodoviária e ouvir um adeus e é estranho, pois tenho tantas lembranças nossas sem mesmo as ter vivido, ainda sinto seu cheiro espalhado pelo meu apartamento, seu sorriso ecoa dentro do meu quarto, juro que até alguns fios dos seus cabelos ficaram no meu travesseiro e que tive que arrumar o chuveiro para você tomar um banho quente, fora as lembranças dos beijos, do sexo bom e do nosso encaixar de corpos e almas…

É o destino é um mistério sem fim e um deles somos nós e isso tudo que nos cerca, o meu caos e a sua paciência… Mas enfim como vai São Paulo? Aquele sanduíche de mortadela ainda continua bom? Já foi ver a lua da avenida Paulista? Sampa ainda é cinza mesmo em dias ensolarados? Passou pelo MASP? Tem sonhado com outro amor

Deixei de ser aquele cara que não faz muitas perguntas, ahh acho que aqui em Belo Horizonte está quase tudo igual, os bares ainda tocam músicas que poderiam ter embalado nosso amor, o por do sol no Mirante ainda sente a nossa falta, ainda bebo meu gim no café, tentei parar de fumar mais uma vez e não deu certo, tenho que confessar que a Brahma gelada realmente é boa e ainda escuto aquelas músicas que me fazem lembrar você…

Essa é uma carta que você nunca irá receber…

Max Vieira

Max, trinta e poucos anos, tatuado, barbado, fumante e viciado em café. Autor e criador do perfil @saudadedonossoamor, onde escreve micro contos e frases sobre saudade, amor, sexo bandido e noitadas, tudo envolto na fumaça de intermináveis cigarros e muito café com gim.

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