Nunca deixei nenhum detalhe passar batido, ainda mais agora que estávamos juntos, poesia e sonho se misturando, o caos e um jardim cheio de flores em um encontro épico.
Ela estava com um tubinho preto jogada sobre o sofá branco, seus olhos viajando enquanto a música guiava seus pensamentos, Crazy…
Eu juro que poderia amar aqueles olhos claros, mas será que ela suportaria meus dias de loucura regados de cigarros e café, nos dias em que faço silêncio para ouvir os gritos da minha alma, provavelmente nunca irei saber.
Meus pensamentos são interrompidos quando ela se levanta para chegar até a janela e olhar a neve que cobre a cidade de Esquel nessa época do ano, encaro seus cabelos loiros e pergunto se ela aceita tequila, ela me dá um sorriso sacana e bebemos três ou quatro doses, começamos a rir mais do que o normal quando ela inventa de secarmos uma garrafa de vodka enquanto cozinho.
Ela estava falando de uma viagem para Europa que faria em poucas semanas, e meus pensamentos impuros só queriam aquela boca na minha… vermelha!
A comida fica pronta, notamos que a música ainda é a mesma e ela começa a dançar, será que a bebida fez efeito ou ela começou a reconhecer meu caos como lar?
Acredito que um vinho cairia bem agora, ela junta seu corpo ao meu, minhas mãos afoitas pecorrem sua cintura e sinto suas mãos em minha nuca.
Não posso chamar o que tivemos de sexo casual, por algumas horas eu realmente me entreguei a loucura do amor que emanava daqueles olhos claros e o nosso amor aqueceu a cidade que estava abaixo de zero.