Chegou o fim de ano, e, com ela, a aflição. Por mais irracional que seja pensar que a virada de uma data possa significar uma mudança significativa de vida por si só, é inevitável, para a maioria, não repensar um pouco sobre a própria vida. A gente reavalia as nossas atitudes, as nossas conquistas e frustrações. E, o mais importante, já vai preparado para começar o ano com uma penca de desafios novos a cumprir.
A lista vai de perda de peso, até meta de leitura passando por aumentar a poupança e desencalhar de vez (como se isso dependesse só de você, né?). Como se já não bastasse o horror que é encarar arroz com uva passa e o tio reacionário fazendo comentários criminosos na ceia, o fim do ano nos traz ainda a necessidade de lidar com a pressão interna de mudar de vida no ano que se avizinha.
Se eu te disser que não recomendo esse listas e que devemos entrar o ano sem metas, estaria sendo hipócrita. Eu amo uma lista e faço uma todos os anos. Sou daqueles que vai fazendo acompanhamento e balanço de resultados. Porém, a cada ano, vou aprendendo a lidar um pouco mais com minhas próprias expectativas. A lista vai ficando mais e mais realista. Talvez, e apenas talvez, eu esteja encontrando um ponto de equilíbrio.
Coloco o que depende de mim e apenas de mim. Listo o que realmente é importante. Passei a listar não apenas metas profissionais como fazia antes (como se a minha vida se resumisse a isso). Na lista, eu coloco o que preciso melhorar em mim mesmo, sobre o que quero de material e imaterial que seja possível de acordo com o meu próprio contexto. Para mim, faz bem ter metas. Não ter objetivo nenhum só faria a minha vida ainda mais difícil.
A diferença é que esse ano a lista vai vir com menos obrigação e mais compreensão. Com mais afeto e menos pressão. Com um pouco menos dos outros, e um pouco mais de mim. E, entendendo que , mesmo com todas as ponderações possíveis, caso algo não dê certo, eu devo aceitar a frustração, mas sem deixá-la fazer morada. O tempo dela é limitado. E o meu não se resumirá a 365 dias.