Nas minhas conversas diárias comigo mesmo, típico de quarentena, percebi que ao longo dos últimos anos eu adquiri uma qualidade que queria muito que todos tivessem. Principalmente as pessoas que amo.
Conquistei a qualidade de conseguir impor limites. Deixar claro para as outras pessoas quais são as fronteiras emocionais que não podem ser ultrapassadas. Eu sei, impor limites é difícil porque, no fim das contas, é um ato de amor próprio. E todo ato de amor próprio pode ser interpretado pelos outros e por nós mesmos como egoísmo.
Se os limites que imponho forem interpretados como um ato de egoísmo, que assim seja. O mais importante é estar em paz consigo e entender que autocuidado não é apenas uma declaração de amor próprio, mas também uma atitude clara de amor ao próximo. É impossível tomar conta de quem a gente ama, se a gente não estiver bem, saudável, feliz.
Dizer não a um colega de trabalho quando lhe pedirem a execução de uma atividade fora de sua alçada.
Dizer não ao seu amigo para a festinha do final de semana porque você não está com energia para isso.
Dizer não para a sua mãe quando ela tentar viver a sua vida por você.
Dizer não a o parente chato querendo te visitar no meio da maior pandemia de nossa geração (dá pra acreditar nesse povo?).
O poder de dizer não é transformador. E caso cause algum desconforto no outro, pense o seguinte: você não tem o poder de moldar ou mudar o sentimento e/ou a interpretação que as outras pessoas vão fazer de você. Caso o não tenha sido dado de maneira educada e cordial e mesmo assim foi levado a mal. Bem, você não tem muito o que fazer à respeito, concorda?
Sim, os nãos mudaram a minha vida. Espero que mude a sua também.