Às vezes eu me pegava culpando Deus pelas coisas andarem tão mal na minha vida.
Uma demissão, um término de namoro, não conseguir aquela famosa chance para uma coisa que parecia tudo, mas que para Deus não parecia tanto assim. Ou pelo menos não para mim.
Cheguei a me perguntar inúmeras vezes o porquê dele me tirar tanta coisa. O porquê eu tinha que perder se tantas vezes eu estava me esforçando tanto para ganhar, para vencer.
Acontece que… As crises passaram, eu dei lugar ao tempo. Deixei ele passar. E ele passou. Passou por mim e disse:
– Que bom que você esperou. Eu estava guardando um presente especial para você. Te fiz esperar, eu sei, mas a questão é que preferi arriscar a ver você perder a sua paciência do que perder o melhor que eu posso te dar agora.
Foi assim muitas vezes. Mesmo quando eu voltava a fazer birra, eu já sabia que não ia funcionar. Eu tinha que esperar, porque esperar era, afinal de contas, ter fé.
A fé para mim não era o quanto eu era capaz de rezar todos os dias, mas sim o quanto eu podia esperar.
A fé não era uma cobrança. Não era uma recompensa que eu deveria receber por acreditar em Deus.
A fé é confiar tanto em mim quanto em uma Lei Suprema e viver a vida para estar pronta.
Eu demorei a entender isso e confesso que nem sei se entendi de verdade, mas… Eu só sei que a fé te transforma quando você passa a compreender o que ela significa no melhor e no pior momento de uma vida.