Você devia saber que naquela noite em que supostamente você me pediu ajuda, na verdade, era eu quem clamava por alguém do meu lado.
Queria um abraço, um corpo quente e familiar para deitar do meu lado, sorrir sem ter medo de ser quem eu sou, naquela noite eu estava pronto para desistir de tudo e de todos.
Não, eu não ia me matar, iria apenas pegar umas mudas de roupas, meus maços de cigarros, fechar o apartamento e sair sem rumo, andar até a dor parar, até a dor sair da minha alma, até as lágrimas cansarem de rolar pelo meu rosto.
Naquela noite você foi abrigo, foi colo e porto seguro. Quando enfim fomos dormir, eu fiquei te olhando e agradeci muito por ter aparecido.
Seu mau-humor matinal me encantou, pois era uma coisa que já esperava de você, é como se naquela manhã eu já tivesse vivido várias manhãs ao seu lado, faltaram os ovos mexidos com bacon, mas o nosso café estava maravilhoso.
Naquela noite você me salvou e na manhã seguinte me deu um novo fôlego. Ah, o meu moletom preto, fica melhor em você do quem em mim.