O termo Racismo Ambiental, refere-se a desigualdade de um povo menos favorecido no capitalismo, onde as consequências do desmatamento e a exploração de determinada área, recaem sobre certos grupos, como nos indígenas por exemplo.
Em 2020 o presidente eleito Jair Messias Bolsonaro, teve uma fala um tanto quanto problemática ao dizer para a Organização das Nações Unidas (ONU) em um discurso em vídeo que classificou os índios como os principais responsáveis pelas queimadas na Amazônia e Pantanal, o que não é verdade.
Além de se um posicionamento equivocado, mostra também a Injustiça Ambiental explicita, pois, de acordo com a pesquisa do site DW.COM, cerca de 30% do bioma da Amazônia foi desmatada. As consequências dessas queimas trouxeram malefícios para o mundo inteiro, como: Perda da biodiversidade, poluição do ar, rios, solos, fauna, flora e de quebra desabrigou 115 áreas indígenas.
A fala do presidente, fomentou ainda mais o Racismo Ambiental vivido pelos índios, por conta dos milhões de pessoas que podem ser atingidas por essas falas emblemáticas, tirando a visibilidade de pautas indígenas, de extrema importância. Até porque não há motivos para destruir o local em que se vive, não ganhando absolutamente nada com isso, e sim, deixar uma pequena parcela de pessoas mais ricas. Outra questão eminente é que, seria incabível e incoerente desmatar um local sendo que há um maior número de concentração de povos indígenas, segundo os dados abaixo da SINTRAFESC:
Haja vista que este é o ciclo do Racismo Ambiental, para uma parcela privilegiada da sociedade traz poder, riquezas, lucros, agronegócio…. Em contrapartida, para o restante da população com ênfase nos indígenas onde há o agravamento de doenças, enchentes, contaminação, desmatamento, falta de recursos naturais, água e assim sucessivamente.
Racismo ambiental é o conjunto de ideias e práticas das sociedades e seus governos, que aceitam a degradação ambiental e humana, com a justificativa da busca do desenvolvimento e com a naturalização implícita da inferioridade de determinados segmentos da população afetados – negros, índios, migrantes, extrativistas, pescadores, trabalhadores pobres, que sofrem os impactos negativos do crescimento econômico e a quem é imputado o sacrifício em prol de um benefício para os demais. (2006: s/p.)
Visto isso, há uma luta por igualdade e preservação chamado de Justiça Ambiental, que tem como objetivo defender e proteger os recursos naturais e territórios de maneira que não prejudique o meio ambiente e a população presente naquele determinado local. Este movimento de resistência ao capitalismo é uma pauta de suma importância para movimentos sociais, originando o Plano Emergencial da LEI 14.021/2020, que visa proteger Indígenas, Quilombolas e comunidades tradicionais de ações de garantia de segurança alimentar, dispõe sobre ações relativas a comunidades próximas de recente contato no período de calamidade pública.
Parafraseando o pensamento de Robert Bullard, a justiça ambiental é a condição de existência social caracterizada pelo tratamento justo e pelo envolvimento de todas as pessoas nas decisões relacionadas ao ambiente. No Brasil, a Rede Brasileira de Justiça Ambiental tem se articulado como um espaço de identificação, solidarização e fortalecimento dos princípios de Justiça Ambiental.
Por conta deste movimento, é possível reconhecer o Racismo Ambiental e também a Justiça Ambiental, que evidenciam as ocorrências dos crimes ambientais e também suas proteções aos indígenas e demais tribos, uma luta necessária e com questões relevantes, não só para os indígenas, mas, todos nós.