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Responsabilidade emocional

Nos últimos tempos alguns termos acabaram sendo banalizados por conta do seu uso inapropriado e excessivo. Resiliência, autocuidado, tóxico e o nosso tema de hoje, a responsabilidade emocional, foram e são tão usados que muita gente já torce o nariz quando eles aparecem. Eu, inclusive, torço o nariz. Mas eu quero falar sobre a parte real, a parte possível e não-sensacionalista da tão falada, alardeada e muitas vezes incompreendida Responsabilidade Emocional.

Para começo de conversa, responsabilidade emocional NÃO É ser ou se sentir responsável pelo que o outro sente, mas pelo que você, ponto importante, VOLUNTARIIAMENTE provoca no outro. Outro ponto importante é que a responsabilidade emocional não deve existir somente para casamentos, namoros ou relacionamentos longos. Também devemos tê-la com pessoas com quem flertamos, ficamos ou conhecemos e demonstramos interesse. No popular, é o equivalente a “não abra o apetite de quem cuja fome você não pretende matar”.

O ghosting, ato de simplesmente sumir para não ter que conversar sobre um término ou simplesmente não querer falar mais com alguém com quem você está envolvido ou flertando, é um dos piores ramos da falta de responsabilidade emocional. Você fala com alguém, flerta. Por dias, semanas, meses, e, de repente, você some. “Ah, mas a pessoa teve motivo”. O único motivo para sumir DE REPENTE é ter morrido. Um “acho melhor a gente deixar isso pra lá”, ou algo assim, pode ser enviado do seu celular mesmo se você estiver em uma Mina de Carvão no Sri Lanka ou mesmo se você arrumou um namorado ou namorada e não quer mais manter flertes paralelos, atitude, aliás, louvável e obrigatória. Mas lembre-se que a outra pessoa não só não sabe disso como merece uma explicação, QUALQUER que seja seu envolvimento com ela, desde que haja ALGUM envolvimento e que você tenha retribuído.

Ter responsabilidade emocional não é favor nem “algo a mais”, é o mínimo. Ter o mínimo cuidado com alguém com quem você está envolvido ou flertando, não agir de acordo com essa bobagem geração Y de “eu sou livre e eu não devo satisfação para ninguém”. Respeitar alguém e entender que você é responsável por algo que você envia, provoca ou retribui é o mínimo do mínimo. Seja namoro, casamento, crush ou só alguém com quem você está flertando no Tinder. Aja com o seguinte pensamento em mente: a outra pessoa tem os mesmos sentimentos que você. E você gostaria que alguém agisse assim com você?

Leo Luz

Leonardo Luz é escritor e roteirista, e não sabe fazer mais nada da vida, a não ser jogar poker e fazer pipoca de microondas.

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