Em uma quarta-feira qualquer você me liga perto das nove horas da noite, querendo me ver para saber como está indo a semana. Eu sei que, assim como as outras, essa é mais uma das suas desculpas que começa com conversas e termina entre lençóis.
Não concordo com os estereótipos dos relacionamentos hoje em dia, mas sei que o nosso ninguém iria entender. Uma relação livre, sem rótulos, sem tanto compromisso e uma cumplicidade leal que causa inveja em muitos casais.
Não que os seus amigos ou a minha família concorde com o nosso compromisso, aliás, em você encontrei um comprometimento com a felicidade que não vi em nenhum namorado que já tive.
Você chega com um sorriso meio torto com receio de bater na porta, eu te observo no olho mágico. Te recebo de maneira quase discreta para disfarçar minha alegria ao querer me ver no meio da semana. Já seu olhar não esconde a tentação que há entre nós dois em um apartamento e um vinho repleto de boas intenções.
Antes de amanhecer o dia por completo, a gente entende quando Cazuza diz que estamos, meu bem, por um triz pro dia nascer feliz. Você se despede avisando que voltará qualquer dia desses, eu te respondo que ficamos de visitar aquele barzinho recém inaugurado, você se anima e eu te abraço em despedida.
Não há o que se queixar da noite passada, além de ficar uma saudade que me visita de vez em quando. Logo se evanesce ao lembrar que temos uma relação repleta de muitas risadas, um vinho por acabar, beijos selados e nenhuma promessa de amor eterno. Apenas promessas de viver um amor com compromisso de sermos felizes sempre.