Partiu de mim a vontade de me dar folga. Estive acelerando as coisas demais. Tanto para que no final de tudo eu acabasse por tropeçar.
Eu segurei coisas apenas para dizer que as mantinha no lugar. Mas quando a vida me forçou a soltar foi difícil de acreditar.
Eu quis brigar. Eu quis lutar. Quis dizer para Deus que o controle era meu e que eu daria um jeito para conquistar de volta tudo o que Ele quis me tirar.
Mas foi só aí que me perdi. Foi só aí que vi que nessa luta eu não tinha nada a ganhar.
Só eu que conseguia me enganar. Nesse mundo nada era meu. Eu precisei desapegar. Ter um relacionamento para dizer que eu era amada ou ter um carro para me mostrar passou a não mais me completar.
Tive que pesar os prós e contras. Parar de me cobrar. Parar de olhar o tempo que passava por mim e pro medo que insistia em me dizer que eu ia fracassar.
E por segundos pausei tudo. Olhei para Deus, para o Universo e perguntei para onde que agora eu devia caminhar. Resolvi andar depois de muito constatar que quando tentei resolvi fazer tudo do meu jeito eu terminava cometendo erros que não conseguia apagar.
Eu andei e andei para terminar em nenhum lugar.
Sei que só tive que perceber isso agora. Eu não estava pronta lá atrás. Escolhi naqueles tempos aprender pela dor, enquanto ignorei as chances que Deus me deu para mudar.
Hoje sei o que é se atrasar de verdade. É continuar fechando os olhos para enxergar, os ouvidos para ver que tudo vai se estabilizar quando não deixamos o ego gritar.
E presenciei o milagre acontecer para mim antes que eu pudesse suspirar.
Qualquer dúvida que poderia ter sobre não existir uma força maior começou a se dissipar, então passei a me integrar a tudo que o Universo é e nos dá.
Deixei de ser uma peça e passei a ser instrumento para transformar.
E força maior que essa não há.
