Tudo que eu queria

Queria sentir seu aconchego, fazer da sua força a minha. Queria encontrar o teu amor, vê-lo transbordar dos olhos, porque eu sei o bem que isso me faria. 

Queria um amor completo, papos diretos, risos altos, mas saber que você é sincero, que pensaria duas vezes antes de me machucar. 

Gostaria que você lembrasse dos meus olhos, do que eu disse para você todas as vezes, pra você não esquecer que “você pode ter tudo, meu bem”. Que ninguém pode te tirar isso. 

Adoraria comemorar as suas vitórias, ser Maria Fifi de quem faz bosta, falar sobre os planos do futuro e imaginar como seria legal se nós dois ficássemos juntos. 

Esperaria ansiosa o momento em que um de nós dois colocasse uma música de fundo para dançar lentinho e com o rosto colado um no outro. 

Ansiaria de te esperar chegar do trabalho a noite, preparar seu prato preferido, rir se a gente começasse a namorar e esquecesse o prato no forno. Não faria mal. Só deixaríamos queimar um pouquinho. 

Porque o fogo na cama teria nos consumido. A fome era imensa, mas era um do outro. Não haveria nada que poderia saciar isso. Só nós dois. O mundo lá fora fica para depois na hora de colocar pra fora o lixo. 

Bom, isso é só o mínimo do eu gostaria, porque no fundo mesmo…

Tudo que eu queria era estar nos seus braços. 

Mas não era o que você queria. 

E não se pode ter tudo da vida. 

Yamí Couto

Autora e roteirista. Curadora do Blog Sensations, colunista no Blog EOH, Cilada Literária e E aí, Guria? Taróloga de horas vagas.

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Seja um dia, seja uma noite, as coisas ficam claras. E elas simplesmente não importam mais. Eu não sei mais o que você está sentindo.
Se me perguntarem qual amiga que sou, vou responder que sou a amiga que fica. Aquela amiga que segue a vida, mas sempre encontra um tempo.