Vai devagar

Você não sabe o quanto esperei por esse momento. Achei que ele nunca fosse chegar.

Meu coração quer pular enquanto eu vejo você se aproximar.

É uma miragem. É difícil de acreditar. Preciso me conter enquanto eu quero me jogar.

Eu tinha prometido a mim mesma que ia ter paciência, deixar primeiro o tempo passar, mas quando chega na hora… É tudo diferente, né?

Acho às vezes que é tão chato não conseguir me conter. A vontade que sempre dá de sorrir e que não consigo segurar.

É espontâneo. Por isso que eu digo: vai devagar. Vai devagar, porque tá fácil demais para eu me entregar.

Minha maior vontade ainda persiste em ser a pessoa que sabe se programar, que só vai falar e mostrar determinadas coisas quando a hora certa chegar.

Mas a pessoa que eu acabo sendo sempre é a impulsiva demais. Você é minha última tentativa de fazer isso dar certo.

Peguei as fichas. Elas estão aqui para apostar.

Isso mesmo. Me abrace devagar. Deixe eu encostar o rosto em você com carinho. Por favor seja meu lugar para descansar.

O lugar que eu quero ir sempre e sentir que não quero voltar.

Porque se for tudo rápido demais eu sei que vou me cansar. É tipo viajar. Quando você pega muita curva, principalmente as perigosas, começa a enjoar.

É bom ir e saber aonde podemos chegar. De vez em quando é gostoso correr e alcançar o destino final. Mas agora me faça ir devagar, me segure pelas pernas se precisar.

Quero aproveitar tudo o que essa história tem para dar. Pegue a minha mão. Não seja o primeiro a soltar.

Yamí Couto

Autora e roteirista. Curadora do Blog Sensations, colunista no Blog EOH, Cilada Literária e E aí, Guria? Taróloga de horas vagas.

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Seja um dia, seja uma noite, as coisas ficam claras. E elas simplesmente não importam mais. Eu não sei mais o que você está sentindo.
Se me perguntarem qual amiga que sou, vou responder que sou a amiga que fica. Aquela amiga que segue a vida, mas sempre encontra um tempo.