Você decide o que te afeta

Eu estava refletindo sobre a vida nesses dias e vi que muitos traumas que vivi na infância ainda ontem tentavam moldar o que eu deveria ser hoje, como eu deveria me portar e até mesmo em como deveria me vestir.

Sabe as inseguranças que você tem hoje?

Então elas não surgiram do nada, elas foram criadas em sua mente enquanto você ainda era uma criança.

No meu caso, quando criança eu enfrentei diversos traumas no colégio, os demais alunos faziam comentários maldosos sobre a minha aparência, na época eu era “gordinha” e sempre fui “baixinha”, faziam comentários maldosos sobre o meu intelecto que sempre foi alto, eu era a dita “NERD” ou “CDF”, faziam comentários maldosos pelo fato de a minha família ser muito pobre, realmente mal tínhamos o que comer. Tudo o que eu fazia era ridicularizado e os alunos e até mesmo os professores me tratavam como se eu tivesse uma espécie de doença contagiosa.

Você pensa que para por aí? Não. Dentro da minha família, eu também não recebi afeto dos meus avós, tios ou primos. Então como eu não tinha amigos ou afeto desses meus familiares eu criei um mundo alternativo para mim, fechei a porta e joguei a chave fora.

Passei anos isolada em meu mundo, eu não sabia mais receber afeto ou atenção das pessoas, e sabe qual é a pior parte de você viver em prol dos seus traumas? É que mesmo que você seja uma pessoa bonita, você se acha uma pessoa feia, porque um dia alguém afirmou que você era uma pessoa feia, mesmo que você seja bom com pessoas, você não se acha capaz em lidar com elas, mesmo que você seja amado por alguém, você duvida porque você passou a acreditar que ninguém jamais será capaz de te amar.

Eu não vou dizer que é fácil quebrar essas correntes que te limitam, mas sim, é possível.

Comigo a libertação ocorreu da seguinte forma, eu me olhei depois de anos e anos sem me olhar e disse para mim mesma o quanto eu sou incrível, o quanto eu sou linda, o quanto eu sou inteligente, o quanto eu sou capaz e o quanto sou amada. O primeiro passo e o mais difícil foi perdoar todos os que me disseram que eu não podia ser nada, foi horrível olhar para trás e reviver a dor daquelas feridas, mas após escolher perdoar um pouco da verdadeira eu ressuscitou e ficou mais forte. O segundo passo foi me perdoar por um dia ter acreditado em tudo o que me disseram e desta forma ter enterrado o que era de verdade, eu pedi perdão para mim mesma e me senti muito mais leve. O terceiro passo foi provar não para as pessoas, mas para mim mesma que eu sou capaz de tudo e muito mais, eu provei para mim mesma que todos os meus planos e sonhos são possíveis. O quarto passo foi eu provar para mim mesma que sim, eu posso ser amada, e que não são todas as pessoas que vão me machucar.

Os traumas sempre vão existir, mas quando alguém te apontar uma arma, aponte duas e mostre que você tem o controle do que entra, fica ou sai da sua vida.

Se você sentir que está passando por um trauma depois de acontecimentos particularmente difíceis, isso não significa que se sentirá assim pelo resto da vida. Há várias atitudes que podem lhe ajudar a superar os traumas e retomar sua vida sem todos esses sentimentos perturbadores. Cada pessoa lida com um trauma emocional de forma diferente e a jornada para superar isso é singular. O que funciona para um, pode não funcionar para outro. Afinal, temos histórias de vida distintas, desenvolvemos nossos próprios valores, crenças e comportamentos. E isso tem um peso muito grande no momento em que precisamos superar uma situação traumática, que pode ser desenvolvida por diversas razões.

Às vezes, não conseguimos lembrar de todos os traumas que vivenciamos porque nosso cérebro emocional cria uma barreira, um mecanismo de defesa para nos proteger. Temos medo de encarar e reviver aquela dor, então, esse mecanismo é criado quase que de forma inconsciente. Mas, isso apenas agrava o problema, pois quando não aceitamos a nossa história, deixamos de ser nós mesmos. Não dá para fugir de um trauma emocional para sempre. Ao decorrer da vida, sentimos diversos sinais, até que chega um momento onde não dá mais para desviar o olhar.

O trauma não define a essência de ninguém. Quando temos baixa autoestima e não fazemos nada para mudar isso, diminuímos o amor e damos espaço para a dor. Todos os dias precisamos praticar o amor-próprio, isso não nasce de uma hora para outra e muito menos se mantém para sempre com apenas uma atitude. É um trabalho contínuo. Então, procure lembrar dos pontos positivos, suas qualidades únicas, características que somente você tem. Se elogie ao olhar no espelho, tire um tempo para fazer coisas que gosta, diga “não” e se coloque em primeiro lugar!

Aos poucos, isso se tornará um hábito e a autoconfiança será a principal força para superar o trauma.

Converse com Deus e coloque esses sentimentos para fora. Segurá-los dentro de você apenas aumentará o trauma. Quando estiver preparado, converse sobre a situação com as pessoas importantes da sua vida. Isso é passado, já aconteceu. Está na sua história, mas não define a sua existência. Pelo contrário, faz parte da força que você tem hoje!

Danielle Taborda

Acredito que todos estamos muito longe da perfeição, no entanto ninguém vive sem lutar por ela. Me dei conta de que a perfeição está nas coisas mais imperfeitas e menos percebidas da vida. Conste que penso que o hoje é um instante e um sopro.

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