Vem Conversar

Volições de Colombina

Era ela quem trazia o mar na boca
de vontades confessas, mas ocultas
encantos em contos que não assina
pois ter único papel é raso e pouco
quando se é meio Pierrete
e também meio Arlequina

Era ela quem trazia o mar na boca
o sotaque inconfundível
de onda arrastando na regressão
e o rompimento chiado da espuma
até cessar-se no ar…
diz, simulado e malandro
o meu nome, vem
e balança e me balança

Era ela quem trazia o mar na boca
e seus beijos, banhos de descarrego

de onde bebi e bebi
até descobrir que essa água
só quer me dar mais sede…

Matheus Moreto

Escrevo na ambivalência: dar voz ao que me falta o ar é silenciar o que não me deixa respirar. Psicólogo, pisciano, passageiro. Meio luz, trilha e cachoeira; meio caos e rolê bagaceira

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