Era ela quem trazia o mar na boca
de vontades confessas, mas ocultas
encantos em contos que não assina
pois ter único papel é raso e pouco
quando se é meio Pierrete
e também meio Arlequina
Era ela quem trazia o mar na boca
o sotaque inconfundível
de onda arrastando na regressão
e o rompimento chiado da espuma
até cessar-se no ar…
diz, simulado e malandro
o meu nome, vem
e balança e me balança
Era ela quem trazia o mar na boca
e seus beijos, banhos de descarrego
de onde bebi e bebi
até descobrir que essa água
só quer me dar mais sede…