Olho da janela as nuvens cinza pendendo sobre a cidade fria. Música italiana, porque é preciso ter um quê de impossibilidade de tradução.

Você acorda. Você manda mensagem. “Você ainda está aí?”E me diga quando foi que eu não estive. Estou desrespeitando a lei dos “pés no chão”.

Sobre você, Quero te olhar, Mas não posso te ver, Quero te beijar, Mas não posso te tocar, Quero te dar cafuné.

Você me pediu alguns rascunhos, mostrou interesse nesse mar de intensidade na qual eu me entrego e deixo a onda me levar.

Se me entorpecessem desavisada os sons amorfos e os olhos de tempestade, e se me entorpecessem porque é nosso mero dever hedonista, eu me sentaria no banquete das efusões e das lamúrias e te escreveria com essas farpas.

Tenho a sensação de que você chegará qualquer hora. Vai me encontrar desprevenido, com roupa e cara amassada, copos e pratos pelo chão.