Mise en abyme

Vazios são os olhos que fáceis refletem
Toda feia angústia que a eles se apresenta
Vomitam sem absorver igual figura
Pavimentando essas dores na armadura

Olhos de fora, de narciso clamam o charme
Se afogam e se inebriam na mentira muda
Que se alegram nas alheias disparidades
Esquecendo que só levaram o que já tinham

Seguem intactas as planas totalidades
Jogadas no próprio deleite se repetem
E a cada gêmeo que reclama, mais se isenta

Mas é preciso que a estrutura se desarme
No encontro do igual, que a vê e se desnuda
Só os desfeitos, antes, afinal, se alinham

Alexandrinos

ABCC – DEFG – FAB – DEG

Carolina Palha

Editora, mestre em psicanálise das perversões sexuais e afeita à bagaceira. Nunca soube escolher entre praia, dança e Coca-Cola.

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Seja um dia, seja uma noite, as coisas ficam claras. E elas simplesmente não importam mais. Eu não sei mais o que você está sentindo.
Se me perguntarem qual amiga que sou, vou responder que sou a amiga que fica. Aquela amiga que segue a vida, mas sempre encontra um tempo.