Sábado, na rua famosa da cidade grande, permito-me ser absorvida por uma galeria.
Galeria dessas que tudo o que ostentam apenas choca momentaneamente olhos indiferentes àquilo que se rasga de real.
Bobagens de finais de semana requintados.
Paro.
Vejo um rapaz andrógino, cabeça raspada e óculos.
A folia no peito chega antes do raciocínio, seu nome me vem à boca naqueles parcos segundos.
Os pensamentos que se atropelam me revelam que não é você, claro que não, mas que coisa!
Mas isso me sacode do momento de fruição e me coloca do seu lado.
Seu nome se dilui na minha língua, enquanto a folia no peito pesa a falta que você faz.
É uma falta boa, dessas que se sabe recompensa breve, e tudo o que sinto é a sensação da sua mão na minha.
Vem comigo?