Será que dá tempo de me desculpar?

Ei, será que ainda dá tempo de me desculpar? De colocar a culpa no trânsito caótico, ou no vai e vem de pessoas cheias de afazeres e corações vazios?

Tô aqui lembrando daquele seu sorriso que me roubava o juízo, de como mordia os dedos ao ler algum livro de suspense e de você deitada sobre meu peito brincando com a fumaça do meu cigarro.

Notei tarde demais que não era cilada, mas sim amor, mas será que seu coração irá entender o caos do meu? Se eu contar quantas vezes me iludiram e brincaram com meus sentimentos, será que vai entender por qual motivo eu ri quando você disse que me amava?

Não vou negar que sinto falta do sexo gostoso, do encaixa de nossas almas , de como você rebolava gostoso e ronronava loucuras no meu ouvido, mas o que realmente sinto falta é de andar de mãos dadas com você, tomando um café e falando alguma coisa sobre signos (provavelmente que o seu é ruim e o meu perfeito), de sentar ao seu lado e ler alguma coisa do Neruda, ver seus olhos ficarem cheios de água e você tentando segurar a lágrima que teimava em cair.

Realmente não era cilada, era amor e talvez por causa do café com gin eu não consegui ver a verdade em seus cuidados ou de quando estávamos montando aquela playlist que iríamos ouvir em nossa viagem que não rolou, sei lá, mas será que ainda dá para te amar?

Max Vieira

Max, trinta e poucos anos, tatuado, barbado, fumante e viciado em café. Autor e criador do perfil @saudadedonossoamor, onde escreve micro contos e frases sobre saudade, amor, sexo bandido e noitadas, tudo envolto na fumaça de intermináveis cigarros e muito café com gim.

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Seja um dia, seja uma noite, as coisas ficam claras. E elas simplesmente não importam mais. Eu não sei mais o que você está sentindo.
Se me perguntarem qual amiga que sou, vou responder que sou a amiga que fica. Aquela amiga que segue a vida, mas sempre encontra um tempo.