Seria um amor de quarentena?

É impossível você passar pela vida e não ter se apaixonado por alguém que more longe de você. E se você estiver discordando, pressinto que essa experiência chegará pra ti em breve, já que estamos na quarentena e os únicos encontros possíveis são os virtuais.

O crush a distância sempre começa por paquera virtual ou até mesmo durante uma viagem. O fato de morar distante parece ser o tempero especial para aquela paixãozinha. As conversas se tornam tão constantes e tão intensas que a impressão que dá é que você já “conhece” a pessoa há dez anos e não tem nem 10 dias que trocaram o primeiro oi.

O fato de acreditar no amor faz com que a distância se torne pequena, começamos a fazer planos e as vezes é até difícil entender, como sentir saudade de alguém que não conhecemos e embora todo mundo fale que é fogo de palha, o coração tá dizendo sim! Tente! Se jogue!

Então pra variar, o amor começa a acontecer, a sintonia diz que tá na hora do encontro marcado e esse momento é tão lindo e especial que só que já viveu sabe. O coração pulsando forte enquanto esperamos no aeroporto e o primeiro abraço é tão singelo e especial que não tem como dizer que o amor a distância não pode existir. Os momentos se tornam tão marcantes e tão significativos que até tomar água de coco vendo o por do sol em um lago ganha mais valor qualquer viagem internacional que possa existir. 

E não tem como pedir para controlar as expectativas e voltar ao mundo real, no nosso mundo real ninguém mais é interessante e os sorrisos mais sinceros são dados olhando para a tela do celular. Até que a rotina começa a castigar, as conversas começam a diminuir e a distância se torna maior que o amor…

O aprendizado para quem se vê algumas vezes ao ano é tão grande, que quando existe maturidade para lidar com ele, esses relacionarmos são os mais verdadeiros que nós podemos viver na vida, porque a vontade de estar junto é o que faz com que alguém mude de cidade e refaça toda sua rotina por amor.

O único pré-requisito é que os dois estejam dispostos a minimizar as distâncias e tentar marcar um encontro, além de conversar muito sobre todas as possibilidades possíveis que esse date pode trazer, tomando cuidado com a carência pra não acabar investindo em um rolo que não tem o mesmo significado para os dois lados. Mas te digo, permita-se! Você vai gostar do friozinho na barriga 😉

Marcelo Portto

Professor de matemática por vocação e graduação e psicólogo de mesa de bar. Uma pitada de amor e gratidão pelas virtudes e vicissitudes.

Comments

comments