Seu gosto ainda está aqui

Ontem fui para cama com o gosto dos beijos na boca, ainda sentia seus braços envolvendo meu corpo, a minha mão na sua cintura, o seu cheiro estava por toda parte.

Eu fechava os olhos e você surgia em minha frente, linda e sorridente, lembrei daquele dia quente de maio que nos beijamos pela primeira vez, do seu jeitinho de menina perdida, da sua indecisão se fica ou se vai…

Deu aquela vontade de te ligar, de dizer que estava com saudade, mas no nosso combinado não inclui ligações no meio da madrugada, não inclui saudade ou qualquer outro sentimento, é apenas sexo, tesão e desejo proibido.

Então levantei e abri uma daquelas latinhas de cerveja que você deixou aqui e nesse exato momento o celular vibra, demorei para ir ver quem era, pois tinha certeza que não era você, realmente não era, mais uma mensagem da operadora oferecendo uma nova franquia, abri a sua “janelinha” no WhatsApp e você começou a digitar, o coração acelera, o sorriso é inevitável e ao chegar a sua mensagem a felicidade invadiu meu ser de tal jeito que acho que voei, você dizia que estava na minha porta, que bateu saudade e veio dormir comigo, mas caso tivesse alguém que iria embora, pego o interfone e abro o portão, você sobe e traz uma garrafa de tequila, sorriu e disse que iríamos virar.

Sentamos no chão e encostamos na parede preta, falamos um pouco do trabalho e sobre a vida, querendo correr do assunto central que era esse sentimento louco que tem crescido em nossos corações, mas nem foi preciso falar sobre isso, seus beijos eram a única declaração que queria ouvir…

E agora eu sei, tem dias que não amanhecem…

Max Vieira

Max, trinta e poucos anos, tatuado, barbado, fumante e viciado em café. Autor e criador do perfil @saudadedonossoamor, onde escreve micro contos e frases sobre saudade, amor, sexo bandido e noitadas, tudo envolto na fumaça de intermináveis cigarros e muito café com gim.

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