Talvez a saudade seja um veneno

Talvez a saudade seja um veneno que o tempo vai nos dando em pequenas doses, pelo menos para aqueles que ficaram presos no passado e hoje me prendi lá! 

E ainda não sei se é sonho ou sofrimento, mas hoje antes mesmo de dar o primeiro gole no café e o segundo trago no cigarro, o vento me trouxe o seu cheiro como o de costume, apenas respirei fundo e me lembrei de como era gostoso sentir nossos cheiros se misturando.  

Vou arrumar a casa e me esbarro em mais uma das tantas lembranças que ainda tenho por aqui e fico parado por alguns instantes segurando uma blusa na esperança de sentir seu corpo dentro dela novamente, mas nada acontece e volto aos meus afazeres.  

Casa limpa, almoço adiantado, passo um café e resolvi dar um retoque na barba que estava passando da hora. Uma música tocando baixo me faz lembrar da sua voz e de como era bom te ver cantando, um corte no pescoço e assim outra dose de saudade invade minha mente e te vejo pirando por eu fazer a barba. 

Saio para resolver umas coisas, ando pela cidade, vejo novas pessoas e algumas já conhecidas, assim aos poucos vou te afastando da minha mente e as horas passam rápido depois que você sai da minha cabeça e vejo que a noite chegou e tenho que voltar para casa. 

Nunca pensei que o tempo pudesse me trazer o gosto dos seus beijos de volta, mas ele trouxe, estava em uma garrafa de café com gin, e assim começa uma de tantas noites de saudade, saudade de você…

Max Vieira

Max, trinta e poucos anos, tatuado, barbado, fumante e viciado em café. Autor e criador do perfil @saudadedonossoamor, onde escreve micro contos e frases sobre saudade, amor, sexo bandido e noitadas, tudo envolto na fumaça de intermináveis cigarros e muito café com gim.

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