Vem Conversar

Um olhar leve sobre a vida

Mulher negra sorrindo

Tenho muita coisa guardada na mente como sons, risadas, vozes, aquelas palavras que machucam, perfumes, sonhos, cor dos olhos, momentos, a música que tocava em determinado lugar, o calor do abraço forte que consolava em um momento de dor. 

Tenho tanta vida escondida atrás das montanhas que o dia a dia nos impõe e a correria da vida adulta, aposto que você também está assim, mas te convido a parar por alguns minutos e junto comigo relembrar alguns milagrosos instantes leves e risonhos que temos deixado para um depois que nunca chega.

Temos a mania de esperar a primavera chegar para começarmos a ver flores em nossos caminhos, mas qual foi a última vez que deixou seu sorriso desabrochar ao ver o por do sol? 

Quando você se permitiu ouvir a chuva chegar, trazendo aquele cheiro gostoso de terra molhada? 

Tente lembrar das tardes de pipoca e suco de manga recém colhida no pé, das vezes em que se deixou levar por uma música é cantou a plenos pulmões em uma rua movimentada sem medo dos olhares do passantes? 

Quando foi que o vamos marcar se tornou um não irei? 

Talvez, ou quem sabe de forma alheia ao nosso consciente, os boletos se tornaram a razão para trabalharmos e não nossos sonhos, quem sabe foi no exato momento em que te fizeram comprar o sonho de um futuro feliz, que você teve que pagar com seu presente o fazendo se tornar cinza, frio e sem sentimentos. 

Quando foi que a vida ficou tão pesada ao ponto de isolarmos em nossos celulares ao invés de sentarmos a mesa e contar sobre nossos dias, quando foi que a ternura deixou nossos corações e no lugar deixamos entrar o “do mil ao milhão em 30 dias”. 

A nossa procura pela felicidade tem nos deixado cegos a ponto de esquecermos que é ser e não ter. A grande “sacada” do destino não foi nos deixar errar, mas sim escolher, pois assim somos responsáveis por nós mesmos e o pulo do gato se dá quando tentamos responsabilizar Deus, destino ou outras pessoas pelas consequências de nossas escolhas. 

Feche os olhos, conte até três, respire fundo e deixe o ar sair bem devagar, e enquanto ele sai, volte ao momento de maior leveza de sua vida e siga daí, não será fácil, mas valerá a pena.

Max Vieira

Max, trinta e poucos anos, tatuado, barbado, fumante e viciado em café. Autor e criador do perfil @saudadedonossoamor, onde escreve micro contos e frases sobre saudade, amor, sexo bandido e noitadas, tudo envolto na fumaça de intermináveis cigarros e muito café com gim.

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