A noite estava fria e estranhamente selvagem, havia algo especial além de dois corpos sedentos de tesão.
Confiro a barba, passo perfume, dois tragos no cigarro e um gole no café.
Ela passava algum creme no corpo para aguçar ainda mais seu cheiro de desejo.
Calça jeans e camisa de malha, tubinho colado e batom vermelho.
O bar era pequeno e aconchegante, no vinil “Novos Baianos”, o copo cheio fazia companhia para a garrafa quase vazia e a fumaça do cigarro dava um tom de não sei o que.
Ela entra e já vem direto para minha mesa, nada de três beijinhos e aperto de mãos, ela me morde a boca e puxa meus cabelos.
O tesão e o desejo se encontraram e começaram a conversar. Seis, sete, oito garrafas sobre a mesa, o sentindo já dançava jazz e os olhares fitavam o banheiro.
Nos levantamos juntos e fomos saciar nossa loucura, calças nos joelhos, vestidos para cima, calcinha para o lado.
Ela sentou, puxo seus cabelos e sinto unhas entrando em minhas costas.
Gemidos ecoam pelo banheiro e se juntam ao som do vinil, saímos e o garçom nos fuzilava com os olhos, ela sorriu ajeitando a calcinha e disse:
– Nada a declarar.